6.5.06

Relatividade Cega

(derivado de "de repente violento")

O vazio então toma forma de preenchimento e o escuro é de veludo negro. Veludo negro aconchegante sensual perigoso e o mundo é um grande vidro de nankin. Jeff é tudo e nada pois é forma indistinguível mergulhada no nankin do mundo. Jeff é, naquele segundo de blackout, blackover, blackall, blackever. Tudo É. Jeff É. O vazio É. Um mesmo líquido. Nankin de veludo. O então nada torna-se tudo denso e os olhos de jeff sentem o escuro penetrar forte como a luz outrora penetrava, fumaça táctil de possibilidades. O olho é que vai a busca da imagem, não mais a imagem vem ao olho.
O Blackout dura 3 segundos. Mas Jeff fecha as janelas, apaga as luzes e as velas, não liga mais o computador. A cidade inteira move-se em velocidades e direções, cada uma delas medida em metros, quilometros por hora ou megabytes por segundo. E a cada qual corresponde uma luz que passa cortando o vazio como a ponta de uma agulha sem agulha. Só o finco. Led. Risco. Luz. Verde. Vermelho. Amarelo. bip. fuoom. foosh. zzzsssum.
Jeff é o seu escritório que é no mundo agora (mundo onde não existe o agora)um recipiente cubo bloco preto negro recheado de volume buraco. Um buraco negro no meio da cidade pisca-pisca. Um pause.
Jeff permanece sentado em seu lugar, imóvel, no escuro, por duas horas. Depois, acende a Luz. O mundo teve uma pausa de dois segundos. Jeff esticou a pausa. Mas só esteve fora por dois segundos, que para Jeff, duraram duas horas.

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