22.1.09

demissão

onde o jovem, ainda em período de experiência, é flagrado pelo seu chefe, em seu cubículo, acessando um site de lietratura, lendo um conto repleto de fotos de cunho um tanto assaz lascivo

É ARTE! EU JURO! Dizia ele ao ser despedido, sua carteira de trabalho sendo jogada aos seus pés, na calçada, a pesada porta de madeira se fechando, as aldravas balançando, furiosas, e a grande bota de couro com ponta de metal chutando-lhe o traseiro e gritando RUA! Nunca mais volte aqui! Entalhado no metal da bota lia-se SISTEMA. Uma fuligem cinza cai do céu cinza... a silhueta cinza dos prédios mal se delineando, as lágrimas sendo vistas no reflexo cinza do seu rosto pálido nas poças de água suja. E cinzas. A câmera afasta-se, abrindo a cena, saindo de dentro de uma TV em preto branco, na qual um gordo sem camisa com uma cerveja na mão dá fortes pancadas laterais e grita ESSA MERDA DESSA TV FICOU PRETO E BRANCO DE NOVO! Blam blam blam! O gordo pensa em ligar para o provedor de tv a cabo, mas o telefone está a 25cm de seu alcance. Ele permanece sentado e recoloca os eletrodos nas têmporas e o tubo de alimentação proteica de volta na fenda da laringe.

(Campelo + HumptyDumpty)

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